quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Cada poro do meu corpo tem uma letra.
A cada sensação: Uma palavra.
A cada suspiro: Um verso.
A cada arrepio: Um poema.

sábado, 4 de dezembro de 2010

Segurança?

Já a encontrei chorando.
Por que chorava?
Perfuraram seu corpo até atingirem a alma.
Fiquei sem saber se estes tiros foram das contas do mês ou das palavras de alguém que a deixou.

Apenas chovava...
e por mais que lavasse o rosto não havia água. Derramava por dentro.
E pq não demonstrava TANTO...Eu sentia.

A arma em seu colete parecia um brinquedo sem pilha.
Sem corda ou botão.
Brinquedo de criança pobre que só funciona na imaginação.

Para essas coisas( Mesmo desconhecendo quais coisas eram as dela)não há colete que a proteja e revolver que acabe.


(Sempre que entro no banheiro e vejo alguem chorando me bate uma vontade de consolar...)

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Cheiros e sons

Passado-presente-futuro(?)
Cheiros... Ano passado tinha cheiro de sabonete da Natura, cheiro de brigadeiro, cheiro de boate,cheiro de resina, cheiro de sala de informática, cheiro de lasanha, cheiro de cidade "nova". Tinha som de teclado, de Fernanda Porto, de ônibus, de Ana Cañas, de Maria Gadú, de Moinho.
Este ano... Cheiros variados, cheiro de roça,cheiro de carro, cheiro de pessoas, cheiro de construção...Tem som de pandeiro, de reggae, de Roberta Sá, de músicas próprias, de chuva, risada, Bruna Caram.


Mas a chuva ta forte hoje, o cheiro dela também.
O frio chega no quarto sem nenhuma timidez.
Algumas gotas escorrem pela janela...
Algumas com sal.
Outras... ficam paradas.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Perco a fome.

Podiamos perder um pouco a fome em certos dias.
Certos dias em que informação demais nos atinge.
É um turbilhão de coisas que entra por nossa goela abaixo e bate la no fundo do estômago. Bate forte mesmo...
Procuramos água pra ajudar a descer porque pensamento também pesa, entala e atrapalha todo o processo da digestão!
Tem horas que o "pra sempre" me assusta e o "nunca mais" também.
Mas com o tempo acho que aprendemos a digeri-los.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Deixei a chuva cair.
Aliás, provoquei a pequenina. Chove tímida, mas fria.
Estava nos céus, minha energia baixou, precisei de algo para preencher o espaço e então... puxei a chuva para cá para dentro.
Será que não pode fazer sol o tempo todo?

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

sujeito,verbo,complemento.

Minha escrita é tão simples que até tenho inveja dela.
Queria ter sua simplicidade, humildade por ser um conjuntinho de pequenas palavras e versos, mas com uma grandeza que nem cabe em mim.
Por isso que sai.
Pensava que não existiam mais letras por aqui.
Mas aí meu sangue começou a andar mais rápido, avisando a todos: _ Tenham pressa, vamos, ela tem que escrever!!!
e então foram puxando a perninha de cada A, o ganchinho do Y, a barriguinha do B e com muito custo foram tirando o L de cada cotovelo e joelho.
De letra I encontraram dez, quatro em cada mão eram maiúsculas, outras duas estavam nos mindinhos fazendo uma força danada. Tentavam crescer, vê!
Tinha U nas unhas, C nos ombros, e várias reticências nos dedos de cada pé.

Tem horas que tenho inveja da minha escrita.
Ela se renova.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Não tenho título, só significado.

O fato do envelhecer seria apenas essa diminuição de água no corpo e a lentidão no processo de se renovar?
Para mim, um andarilho tem em seu rosto os raios do sol e as estradas de sua vida. As marcas são de experiências, vão aparecendo depois, bem depois, mas são.
Passados 50 anos, ao me olhar no espelho, como será?
Se os amores se transformarem em linhas horizontais e verticais vou ser um quadro de Mondrian.
E se mostrarem a intensidade na elasticidade do meu corpo então...Serei um Dali.
O meu corpo será minha tela de toda vivência.
Espaços vagos revelarão minha essência.
E Terei sempre um espaço para uma nova pincelada de cor forte.