quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

A ordem dos fatores altera o produto!Futuro!

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

As fronteiras dos meus estados...
Onde piso?

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Cada poro do meu corpo tem uma letra.
A cada sensação: Uma palavra.
A cada suspiro: Um verso.
A cada arrepio: Um poema.

sábado, 4 de dezembro de 2010

Segurança?

Já a encontrei chorando.
Por que chorava?
Perfuraram seu corpo até atingirem a alma.
Fiquei sem saber se estes tiros foram das contas do mês ou das palavras de alguém que a deixou.

Apenas chovava...
e por mais que lavasse o rosto não havia água. Derramava por dentro.
E pq não demonstrava TANTO...Eu sentia.

A arma em seu colete parecia um brinquedo sem pilha.
Sem corda ou botão.
Brinquedo de criança pobre que só funciona na imaginação.

Para essas coisas( Mesmo desconhecendo quais coisas eram as dela)não há colete que a proteja e revolver que acabe.


(Sempre que entro no banheiro e vejo alguem chorando me bate uma vontade de consolar...)

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Cheiros e sons

Passado-presente-futuro(?)
Cheiros... Ano passado tinha cheiro de sabonete da Natura, cheiro de brigadeiro, cheiro de boate,cheiro de resina, cheiro de sala de informática, cheiro de lasanha, cheiro de cidade "nova". Tinha som de teclado, de Fernanda Porto, de ônibus, de Ana Cañas, de Maria Gadú, de Moinho.
Este ano... Cheiros variados, cheiro de roça,cheiro de carro, cheiro de pessoas, cheiro de construção...Tem som de pandeiro, de reggae, de Roberta Sá, de músicas próprias, de chuva, risada, Bruna Caram.


Mas a chuva ta forte hoje, o cheiro dela também.
O frio chega no quarto sem nenhuma timidez.
Algumas gotas escorrem pela janela...
Algumas com sal.
Outras... ficam paradas.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Perco a fome.

Podiamos perder um pouco a fome em certos dias.
Certos dias em que informação demais nos atinge.
É um turbilhão de coisas que entra por nossa goela abaixo e bate la no fundo do estômago. Bate forte mesmo...
Procuramos água pra ajudar a descer porque pensamento também pesa, entala e atrapalha todo o processo da digestão!
Tem horas que o "pra sempre" me assusta e o "nunca mais" também.
Mas com o tempo acho que aprendemos a digeri-los.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Deixei a chuva cair.
Aliás, provoquei a pequenina. Chove tímida, mas fria.
Estava nos céus, minha energia baixou, precisei de algo para preencher o espaço e então... puxei a chuva para cá para dentro.
Será que não pode fazer sol o tempo todo?

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

sujeito,verbo,complemento.

Minha escrita é tão simples que até tenho inveja dela.
Queria ter sua simplicidade, humildade por ser um conjuntinho de pequenas palavras e versos, mas com uma grandeza que nem cabe em mim.
Por isso que sai.
Pensava que não existiam mais letras por aqui.
Mas aí meu sangue começou a andar mais rápido, avisando a todos: _ Tenham pressa, vamos, ela tem que escrever!!!
e então foram puxando a perninha de cada A, o ganchinho do Y, a barriguinha do B e com muito custo foram tirando o L de cada cotovelo e joelho.
De letra I encontraram dez, quatro em cada mão eram maiúsculas, outras duas estavam nos mindinhos fazendo uma força danada. Tentavam crescer, vê!
Tinha U nas unhas, C nos ombros, e várias reticências nos dedos de cada pé.

Tem horas que tenho inveja da minha escrita.
Ela se renova.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Não tenho título, só significado.

O fato do envelhecer seria apenas essa diminuição de água no corpo e a lentidão no processo de se renovar?
Para mim, um andarilho tem em seu rosto os raios do sol e as estradas de sua vida. As marcas são de experiências, vão aparecendo depois, bem depois, mas são.
Passados 50 anos, ao me olhar no espelho, como será?
Se os amores se transformarem em linhas horizontais e verticais vou ser um quadro de Mondrian.
E se mostrarem a intensidade na elasticidade do meu corpo então...Serei um Dali.
O meu corpo será minha tela de toda vivência.
Espaços vagos revelarão minha essência.
E Terei sempre um espaço para uma nova pincelada de cor forte.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Registros de uma pré-existência...

sábado, 4 de setembro de 2010

Exposição

Tem dias que as linhas e as entrelinhas são tão fortes, intensas, tão eu... que ao passar para o papel me sinto seminua.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Receita instantânea



Uma dúzia de palavras
Um liquidificador
Uma peneira.
Uma faca


Corte a dúzia inteira de palavras em picadinhos até ficarem em letras.
Após o corte coloque todas as letras dentro do liquidificador.
Bata por dois minutos somente.
Derrame todo o conteúdo triturado na peneira e balance bem.
Pegue as vírgulas que ficaram dentro da peneira e jogue novamente no liquidificador e bata por mais trinta segundos.

Agora junte o que já foi peneirado com o conteúdo que foi triturado novamente em uma bandeja.

Leve a geladeira por 10 segundos.

Pronto.

Pode ser servido como várias reticências em porções separadas ou então em uma porção enorme de ponto final.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

..."Nem chego perto de tamborim."

sexta-feira, 16 de julho de 2010

"Ando sonhando tanto
e é tão real
que meus dias parecem dividos
somente por este jogo
de claro-escuro"


O tempo não pára... e minha mente também não... nem quando durmo.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Enquanto a greve não acaba ...




...Vai algo que me veio na cabeça pela manhã:

"O poeta é tão apaixonado pelas palavras que só consegue matar verdadeiramente a sua fome com uma consistente sopa de letrinhas."

=]

D.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

A greve das palavras


Assassinaram a poesia e não há testemunhas confiáveis.
Céu disse que ao ver medo atirando até escureceu. Árvore falou que ao presenciar aquilo deixou algumas folhas secas caírem no local.
Terra, bem próxima da grama, afirmou ter suado frio ficando toda molhada.
Porém verdade desmascarou todas as testemunhas: O céu estava escuro pois era noite. Árvore deixou cada folha cair pois era fim de Outono e terra até parecia ter suado frio com grama ao lado, em cima, não sei... Mas a verdade é que ela estava assim devido a massa de ar fria e úmida que veio do Sul nos últimos tempos.

Ao contrário dos assassinatos comuns, nenhum curioso apareceu logo para ver o tal defunto. Não teve muvuca.
Banco continuou ali estático... com sua madeira de criado mudo... em estado de choque térmico esperando o atendimento (Para poesia e para ele que até agora não conseguiu falar nada para a perícia). Aprendizado chegou um tempão depois para recolher o "corpo".

Ali no chão só restou uma poça de letras que não são vermelhas nem pretas e ninguém se interessou por elas. Algumas, coitadas, se juntavam com a maior dificuldade formando umas sílabas, mas com poesia sem vida não conseguiam ficar nem 10 segundos juntas.

Curioso que, minutos depois do recolhimento, Verdade foi interrogar medo e ele jogou toda a culpa pra cima da confusão alegando também que o muro no qual estava escondido pra atirar não foi ele quem construiu. Verdade nem se quer prendeu Medo. Nem quer chegar perto na verdade dela pois ele já se encontra em cela especial e pode atingir qualquer um.

E então Medo continua lá, sentado, prendendo e aprisionado na própria cela.
Verdade, irônica, teve hora que até riu da situação.

Poesia, novinha tadinha, nem viveu direito e já morreu, se foi....Mas pra onde? Debaixo da terra, jogada no mar?
Dizem que evaporou...E sem sol algum.

(Este texto não é nada confiável também pois o mesmo foi feito com letras que vieram no vento a um certo papel. Jornalistas até tentaram dar a notícia em primeira mão, mas a maioria das palavras se embaralharam e saíram da tela.
Eles só conseguiram entender, depois de muito esforço e tempo, o que elas mostravam repetidas vezes: As palavras entraram em greve!!! )


=]

sábado, 12 de junho de 2010


"E atée queem me vêee


Lendo o jornaal



Na fila do pãao"
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Sabe que eu to com fome e acabei de acordar!



Feliz dia dos solteiros! rsrsrs


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quinta-feira, 3 de junho de 2010

Discussão



E ela perguntava para seu Eu: _Por que tenho tanto sentimento em mim que chega a transbordar?
Seu Eu respondia: _ Não sei, acho que quando você foi passar naquelas filas de pegar as coisas para nascer, passou na fila do coração e pediu mais um.
Ela:_ Mas eu nasci com um só, ora!
Seu Eu:_ Sim, nascemos com um só, porém você, com cara de pidona, pediu mais uma colheradinha e a "tia", em um gesto escondido, te deu um pouco mais de sentimento.
Ela: _ Droga, vai ser burra assim longe heim! Pior que nem lembro. Fico pensando as vezes sobre ser assim e pior que fico brava quando vejo alguém dizendo que ama outra pessoa em um dia e no outro diz "to de saco cheio já", sendo que eu vivo com o coração cheio... Todos deveriam ser assim, sem saco, apenas com coração. Ou então eu que deveria ser de outro jeito.
Seu Eu: _Pare de reclamar, se quer vir contra mim, pois que venha, mas aviso que não vai ser bom.

Ela e seu Eu discutiram o dia todo.
Ela então decidiu falar com uma amiga (que também deve ter pedido mais coração antes de nascer) sobre essa discussão toda.

Sua amiga lhe disse: _ A questão é: Vivemos no ápice ou no chão...Não equalizamos que nem todo mundo.

Ela e seu Eu ficaram mudos .... E então decidiram parar de brigar........ até o coração transbordar de novo.

=]

D.

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Si a veces digo que las flores sonrien



"Si a veces digo que las flores sonrien
Y si dijera que los rios cantan,
No es porque yo crea que hay sonrisas en las flores
Y cantos en el correr de los ríos...
Es porque así hago sentir más a los hombres falsos
La existencia verdaderamente real de las flores y de los ríos.

Porque escribo para que ellos me lean me sacrifico a veces
A su estupidez de sentidos...
No concuerdo conmigo pero me absuelvo,
Porque sólo soy esa cosa seria, un intérprete de la Naturaleza,
Porque hay hombres que no perciben su lenguaje,
Por que ella no es lenguaje alguno."

(Alberto Caeiro)

sexta-feira, 28 de maio de 2010

No céu



Em todo o lugar que ia lembrava dele.
Mudou de casa, bairro, cidade e depois até de país.
Se estava indo bem alguém perguntava:_Será que vai chover?
Mesmo não caindo uma gota naquele dia em Tereza chovia...E muito!
Não adiantava fugir, qualquer lugar que fosse iria lembrar de seu amor.

Quando conseguia uma amiga nova tinha que responder o porquê de tanta mudança em tão pouco tempo, se não tinha alguém que amava..Respondia:_ Me mudo para tentar esquecê-lo, esquecer a dor dentro do peito, o vazio. Quem eu amo está no céu.
E logo a pessoa, toda sem graça, com cara de pena e voz carinhosa:_ Me desculpe Tereza, não tinha idéia. Sinto muito.
Tereza não entendia a reação das pessoas, não queria pena de ninguém... Ora, todos já amaram um dia.

Seis e meia da manhã, liga a TV para que lhe faça companhia. De longe escuta um jornalista: _ Há 2 meses e três dias...
Nossa, até o jornal contava a ausência dele, a solidão dela.
será que todos estavam contra ela fazendo com que se lembrasse dele? Seja jornalista contando os dias, vizinhos perguntando se chove ou não...
Ele não volta mais, por que fazem isso?

Todo o lugar que estava sentia que ele a observava de longe.
Cada gesto, movimento brusco, piscar de olhos. E se comentava sobre isso alguém colocava a mão em seu ombro e dizia:_ É.... Ele deve estar olhando você de lá de cima.

Tereza cansou daquela sensação de vigilância. "Calma Tereza, na verdade ninguém é de ninguém e você sabe" foram as últimas palavras dele.
Tereza saiu de seu mais novo emprego, guardou o carro na garagem e decidiu: _Pronto, vou morrer, por mais que haja amor em mim não quero encontrá-lo em lugar algum. Maldito destino!

Sentou em sua cadeira que ficava de frente pra janela e com a cortina entreaberta passou a observar as pessoas. Tinha que pecar para que quando a morte chegasse não fosse para o céu. Mas não era capaz de roubar, matar, mover um dedo para machucar alguém... Então pensava, já que não se movia nesse sentido, pensava, amaldiçoava cada um que passasse em sua janela.
"Tropeça! ...Topa o dedão!... Bate essa cara no poste!"
E nada, todos tinham uma miserável de uma sorte. Ninguém topava dedo e muito menos dava com cara em poste. Se esbarrava com outra pessoa eram conhecidos e haviam aqueles pedidos de desculpas.

Dias sentada bebendo refrigerante. Nunca bebeu isso, só suco. Pensou:_ Se já desentopi ralo com ele imagina o que vai fazer com meu estômago.
Mais um mÊs dentro de casa e nada de morte bater na porta, só aqueles novos amigos que, para piorar toda a situação, diziam:_ Tereeezaa, sai de casa, mulher! Olhe como o céu está bonito hoje, vai!
Mas ela não queria ver o céu e nem ir para ele, muito menos saber dele.
É, nesse período os seus pensamentos já tinham se misturado e se fragmentado, depois eles se agruparam, pedaços por pedaço, formando outros que em tempos atrás nunca passariam por sua cabeça.

Resolveu ligar a tv, há meses não tinha sua companhia e ligou logo no horário do jornal.
Viu aquele "William alguma coisa" falar algo familiar com toda a situação. Era Wiliam... Ai, William.. Espere, o nome do jornal era... hum...
Nem se lembrava mais!
Pois bem, vinha ele dizendo: _ Nove meses no espaço e estão se preparando para voltar...Ricardo, Tiago e César.

CÉSAR, o nome ecoava em seus ouvidos.
Deu um pulo da cadeira e esbravejou em voz alta: _ Ele já foi embora há nove meses e eu aindo estou aqui... Viva sem ele...Suportando, fugindo, mas todo o lugar que vou tem céu...

E antes que terminasse seu discurso de indignação o jornalista parece interromper dizendo: _Dentre várias mensagens que enviaram durante esse perído há aquela declaração de amor e pedidos de desculpas a uma mulher chamada Tereza. Bom Fátima, vários programas de Tv já falaram sobre esse assunto, esse arrependimento de um homem que de fora da Terra pede o perdão. Será que ela não o quer mais? Onde está essa tal de Tereza? (risos)

_É William, acho que não...Se gostasse dele ela estaria com a cabeça na lua. -( Aqueles trocadilhos típicos de jornalista).

Tereza, não acreditando, se perguntou:_ Será que essa loucura chegou a esse ponto?
Empurrou os pensamentos para longe, saiu de sua forma estática e correu par ao banho. Depois que a água tinha levado toda aquela tristeza embora,Tereza abriu todas as janelas e olhou para aquele céu imenso.

Tanto tempo perdido para só agora descobrir que ele voltaria... Não só para a Terra, mas para ela.
É...Quem mandou se apaixonar por astronauta?



=]

Texto: Dan.

domingo, 9 de maio de 2010

Histórias, bebidas, risadas...


E foi engraçado...
Dois, três anos depois terem se encontrado.
Na verdade, pelo começo da história, o normal seria tudo se resumir em:_Gostei de trabalhar contigo. Beijo, tchau...
Mas hoje, pela história que decidiu tomar seu rumo por si só, tudo acabou/começou em uma mesa de bar.
“Nossa, nunca falei isso pra ninguém”
“Ah, outra vez a gente se vê”
“ Vamos dizer, um exemplo, que te conheço de outra encarnação”....
“Tenho certeza disso”...


E foi engraçado, desde o primeiro “oi”
até o último quebra mola
Até a ultima garrafa
Até o último copo de cerveja
Até o último gole
Até a bochecha doer


=]

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Os mares





Eles dois, no mar.
Ele, peixe desde pequeno, conhece as ondulações, as quebradas, os buracos.
Ela, que não é peixe mas sempre foi do mar, aprende a passar por essas ondas frias, a prender o pé na areia, mostrar que é amiga sim daquela imensidão.
Ele, que em tempos passados foi diferente, sabe quantas ondas frias ela já furou, quantas ondas mesmo provocou.
Ela, peito aberto desde pequena, mostra que não há onda que não possa mais passar.

Quem é que nunca entrou no mar das paixões?
E frequentemente é assim, primeiros os pés, depois as mãos.
Há uns que entram de cabeça, outros que fazem até graça antes..
Mas você vai andando, e essa água alcança metade do seu corpo e... vai subindo, subindo, até a altura do peito. (Aí é que está o perigo).
Vem a primeira onda, coisa nova, não sabe o que fazer né?
As vezes você a vê passar e a unica sensação que tem é aquele frio na espinha.
As vezes você a fura, pronto! É isso..
E as vezes, ahh, as vezes você vai junto com ela e ela quebra em cima de você, então você rola, se enrola, se embola, se levanta e ...peraí....onde eu to?
Como é que você perde a direção das coisas assim?... e não sabe de onde vem tanto sal...Se é daquele mar ou dos seus próprios olhos.

Entra de novo (vai lá, diz seu coração e sua coragem).
Aí começa a variar: pula onda, vira de costas, de lado, fecha os olhos, outras passam e você nem vê mesmo de olhos abertos...E outras você nada, sente seus movimentos, a temperatura que varia, a altura...Aahh, certas ondas são uma delícia.... tão duradouras … tão curtas e intensas...tão lindas.
Você vai aprendendo cada vez mais.
Sabe onde pode ser ruim, onde uma onda pode quebrar, pra que lado te levar... E mesmo assim você ainda pisa em uns buracos de vez em quando... normal. É aí que mora a graça. O mar é muito grande pra você conhecê-lo, ora... Iria ter graça se fosse um laguinho em que você ficasse ali, parado, na companhia da calmaria esperando o tempo passar e sua pele enrugar, enrugar e ficar toda dobradinha....?

Ele, peixe desde pequeno, ajuda ela a subir na prancha.
Ela atenta aos conselhos, sobe.........mas vem uma onda e ela cai...
Ele: mas você não disse que sabe sobre o mar?
Ela responde: Você entendeu errado, do mar de Iemanjá eu não sei, mas do outro eu sei sim, as vezes caio, mas sei.

=]

quinta-feira, 6 de maio de 2010

A menina livre a pedalar

Arte: Ana Moraes
Texto: D.


De longe vejo a bicicleta vermelha com a sua menina livre a pedalar.
Um rosto sereno, bem singelo.
Pele branquinha com olhos negros lembrando um conto infantil.

O vento brincando em seu cabelo
dando voltas e mais voltas tirando-o do lugar.
Cada fio sincronizado nessa dança de velocidade e giros variados.

O cabelo parece dizer: _Deixe-me solto, assim posso voar,
Pego carona nessa brisa, subo, flutuo e quando você pára eu desço
vou me encostando em seus ombros, suas costas, devagar, bem devagar... ficando mais perto de ti.

A bicicleta vermelha parece dizer: _Te levo pra onde quiser, minha garota.
Cada parte de mim veio de um lugar diferente. Não preciso de água pois não tenho sede,
muito menos de comida, só lhe peço que aqueça o seu sangue, encha os pulmões de ar
mas não esqueça dos meus pneus.

O caminho parece dizer: _Boom dia! Cada dia que passa fica mais bonita, sabia?
Devo lhe confessar que sou machucado toda hora pois passam por mim sem nenhuma preocupação, se sinto algo ou não...
São ônibus, caminhões, carros, barulho e barulho, MAS você não me machuca.
Quando passa é carinho que me faz, atravessa minhas ruas, sobe em minhas calçadas,
ziquezagueando me faz cócegas também, então vou ficando ansioso pelo momento em que você espera um sinal abrir para que apoie seu pé, em meia ponta, em mim... Ai,minhas faixas brancas quase ficam rosadas.

Enquanto todos pareciam dizer algo, a menina continua a pedalar sem ter a noção de tudo o que acontece, do que ela causa nas coisas, apenas fica atenta aos carros e pessoas para não esbarrar.

De longe vejo a bicicleta vermelha com a sua menina livre a pedalar.
De longe sinto o vento lhe dizer, a bicicleta dizer, o caminho dizer.... Mas ela não escuta.
Tem tanta coisa que ta subentendido no seu viver.


=)

...

O que você sente quando está em uma sombra de árvore?